sábado, 25 de setembro de 2010

Amici, ad qui venisti?

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Na trajetória de minha vida, muitas pessoas conheci. Algumas se foram. Outras foram, mas permaneceram. Outras permanecem e já se vão e outras ficarão, quando eu me for.
De todas tenho recordações mil.
Lembro de tudo que me ensinaram. Bem, tudo o que quis aprender!
Lembro dos que asseguram comigo: Deus existe, sim! Lembro dos que se opõem.
Lembro dos passeios pela tarde.
Lembro das risadas inconsequentes, das brigas, debates calorosos, das olhadelas intimidadoras e das que anunciavam perigo!
Lembro dos papos cabeças, literários, insubordinados, metalinguísticos, futuristas.
Lembro dos choros, frustrações, saudades, melancolia, agonia, tristezas!
Não esqueço as carícias, os abraços, os beijos.
Não esqueço dos beliscões, das vezes que puxei o cabelo de seu antebraço.
E quando aprendi que política é muito mais que ideologia, que Saramago não é só ateu, que dois e dois pode não ser quatro e nem vinte dois, que cada um vai ser cobrado de acordo com a sua luz, e que o mundo, segundo os Incas vai acabar em 2012. 
E das vezes que me trouxeram problemas de lógicas para que resolvesse, das explicações do que seria RPG e da tentativa de me fazer decorar uma relação de marcas famosas. Não me esquecerei jamais.
E o que falar então dos que me ensinaram a demonstrar mais amor, mais carinho, emoção, sensibilidade, (e parecer uma menina).
E os que me disseram: Vanessa, você não dá pra ser  boazinha o tempo todo.
Eu sei que você não é uma pessoa excludente, mas seja mais firme. Nada dessa cara de choro. 
Lembro aos quais disse: pare de fumar, beber, cuidado! Não faça o que eu não faria!
E dos que responderam: tá bom, segunda eu viro monge.
Me lembro das caronas com emoção e das sem também. 
Das viagens, o que falar então?
Dos encontros?
Do cursinho, das risadas no ônibus?
E logo lembro-me das frases de efeito e apelidos carinhosos: Boa noite, Maria Isabel; tô me contorcendo de fome; pode me chamar de loca, de obcecada, mas eu só descanso quando achar Lindalva; dá a egípcia; dar a elza; nharã, senta lá Cláudia; a vítima sou eu; eita, eu queria; meu preferido; Nessinha, Nessa, Banessita, Banessa, Smilinguido, Juvarái, Tinha, Nega jú, Nega, Maga.
E ao descrever toda relação, uma coisa me vem à cabeça: eu sou  pedaços de tudo isso. Todas essa referências modelaram um ser que hoje escreve isto. 
Cada item desse é uma parte do todo em que me transformo todos os dias. 

6 comentários:

  1. Ai, adorei, Vanessa! A gente é mesmo parte de tudo que passamos, fruto das discordâncias e aceitações. A riqueza da vida vem daí.
    Beijo, querida!

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  2. Vanessa,

    Minha querida, eu não sabia que tinhas esse blog. E que grata satisfação ser convidado a lê-lo. Do pano de fundo ao encaixe das palavras, um primor - ou como dizia minha bisavó: "um brinco de pérola".
    Textos 'intimistas', momentos onde a grafia vem tornar mais fácil o difícil ato de expor aquilo que somos por dentro, aquilo que temos no amálgama, são os meus prediletos. E eis que o que li acima foi um destes de minha predileção.
    Não é preciso se ter uma década de convivência contigo para se saber o quão és especial. Emana de ti essa especialidade, essa aura de sublimidade. Há um trato especial oriundo dos Céus em todas as tuas formas - formas da alma - e são muitos os teus predicados.
    Conhecer-te, antes mesmo de Letras vir a ser uma possibilidade - lembras como eu ignorava qualquer ligação com esse curso maravilhoso quando almoçávamos juntos na frente do IFPE? -, foi uma dádiva, um sinal de que há algum mérito em mim que me faça ser digno de pessoas como ti.
    E que bom reconhecer alguns ditos desta minha "época"..."Juvarai", por exemplo. Sentí-me muito incluso. Envolvido. Abraçado. Parte integrante. Não houve peripécia, mas reconhecimento com certeza.
    Gostei bastante.
    Vou seguir este teu blog!
    Sucesso sempre!

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  3. Minha Neguinha-miga, parte de minha alegria, está em olhar para trás e conseguir enxergar as pérolas que possuímos em nossas vidas e nunca perdemos.Pérolas de amor, carinho, amizade, respeito e grande estima e admiração. Eu louvo à Deus pois vc nunca deixou desvalorizar essa jóia que vc é. Te conhecí ainda menina,cheia de sonhos, nenhum deles ainda definidos. Uma adolescente que queria fazer enfermagem, com a qual compartilhava o desejo em fazer letras e parece-me que o compartilhar surte influência na vida das pessoas. Não sei se por influência minha, de outros, determinação sua, ou tudo isso junto e misturado apontou para o norte onde vc iria se encontrar. hoje não te vejo como uma pessoa inteligente, te vejo simplesmente como uma pessoa brilhante que sabe o quer e onde quer chegar. E pode acreditar, você irá ainda bem mais longe. Porque Deus tem preparado p/ vc uma trajetória de sucessos.

    Beijos do seu amigo bronzeado !!!

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  4. Vanessa, de seu fã, virei fanático. Adoro você, e, o que é melhor, você sabe disso!BJs!!!

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  5. Vanessa, você tem luz própria. Dá pra perceber sua força, garra e seu caráter facilmente. Continue sendo essa pessoa amável e guerreira. Grande abraço!

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